Nossa intenção não é outra senão uma desculpa para prosear sobre os lançamentos, e convidamos os leitores a se expressarem também nos comentários. :D
Zé Carioca #2404 - 4/5 Avelãs - Muito Boa!
O Zé Carioca deste mês abre com "O Poço da Ilhota Misteriosa", roteiro de Arthur Faria Jr., desenhos e arte-final de Eli Leon e cores de Fernando Ventura. História com estilo clássico do Zé, mostra o malandro tentando tirar vantagem de uma propriedade de Rocha Vaz que não vem dando muito lucro (a tal ilhota misteriosa). Achando se tratar de algum tipo de paraíso tropical, Zé oferece ajuda, mas descobre tarde demais que a ilha não é bem o que ele pensava.
Bastante divertida, a história ganha pontos pelo ritmo, tem vários diálogos engraçados e bastante coisa acontecendo em cada quadrinho. Com a limitação de páginas da atual produção de inéditas código B, muitas vezes fica a sensação de que as histórias acabam sendo muito breves, sendo que as melhores histórias dessa nova leva, na minha opinião, foram as que usaram ao máximo o espaço disponível, que é o caso aqui.
Outra curiosidade interessante é que, seguindo a tradição do personagem, a história faz referências inusitadas à "cultura pop" atual. Desta vez, há referências aos programas do tipo "teoria da conspiração", do tipo vinculado pelo History Channel. A principal referência aqui parece ser "O Mistério de Oak Island", mas os caricatos entusiastas que visitam a ilha lembram as figuras que aparecem em programas voltados à ufologia e teorias diversas a respeito de alienígenas. Bem divertido, uma referência inusitada e bem utilizada!
A revista segue com as republicações, trazendo o Morcego Vermelho em "Que Palhaçada!" e Zé Carioca em "Nhoc, o lutador"; duas histórias divertidas porém comuns.
"Suplemento de Trabalho", história nacional da série d'A Patada é outro ponto alto da revista, trazendo a clássica interação entre Patinhas, Donald, Peninha e Urtigão.
"Que Cãofusão!", história curta do Pluto de 1957 e com arte de Paul Murry, parece meio fora de lugar na mensal do Zé, mas não deixa de divertir.
Por fim, a republicação de "Apertem os Cintos que o Piloto é o Zé" encerra bem a revista com uma história bastante divertida do personagem.
Pato Donald #2439 - 3/5 Avelãs - Boa!
Grande parte da PD deste mês é ocupada por "Donald e a Magia do Teatro", que conta com Enrico Faccini no roteiro e Andrea Freccero na arte. O que dizer desta história? Hehehe...
Bem, em primeiro lugar é importante destacar que a arte, em especial a arte final e colorização desta história é incrível. Os personagens são dinâmicos e expressivos, e a colorização é realmente muito bela. A arte dos italianos com os patos não costuma me agradar muito, mas neste caso o tom combina com a história, e é realmente um destaque.
Na história, Donald decide tentar se tornar ator para impressionar Margarida, que do nada se tornou uma grande entusiasta das artes cênicas. Para tanto, recebe ajuda do suspeito diretor Laszlo McQuack, um grande sem noção. Fora a piração do diretor Laszlo, Donald ainda encontra adversidades no pato Cebola, uma encrenqueiro local que vem debochando de nosso herói.
Acho que o gostar ou não desta história depende do quanto se aprecia o estilo do humor do Faccini. O autor preza pelo absurdo, tem vários momentos reservados ao humor puramente pastelão e apresenta personagens pouco ortodoxos do nada (como é o caso do tal Cebola). Porém, ele faz tudo isso muito bem, e a história tem seus grandes momentos de humor absurdo (o maior deles, talvez, no próprio final). É um estilo diferenciado do tradicional, mas que particularmente me agradou bastante.
Com pouco espaço sobrando, a revista encerra com a divertida "Surpresa!", comédia em torno de uma festa surpresa de aniversário para o Peninha. Uma curiosidade é que nessa história temos uma rara aparição do Biquinho!
Tio Patinhas nº 595 - 4/5 Avelãs - Muito Boa!
"Tio Patinhas e a Última Gramov", roteiro de Carlo Panaro e desenhos de Carlo Limido é uma história interessante do velho sovina. Nela, o Tio é convidado pela titular última Gramov para ajudá-la a resolver um mistério em um velho e sinistro castelo russo: supõe que nele esteja oculta a famosa Pedra Filosofal de Cagliostro, capaz de transformar chumbo em ouro. A história diverte bastante, com reviravoltas na trama e momentos engraçados.
Sem cair no terreno dos spoilers (se bem que, dado que atrasamos violentamente com os reviews, provavelmente todo mundo que está lendo isso já leu a história), a cena decisiva da história é bem interessante, tratando de um assunto que se refere não apenas ao público infantil, como pode parecer superficialmente, mas que tem sim um significado mais profundo: como agir sob a forte pressão do medo?
Talvez o ponto fraco da história sejam os desenhos, em especial os personagens e suas expressões, que por vezes são caricatos e "soltos" demais.
"Trabalho Sujo" é uma história curta e bem engraçada do Superpato.
Encerrando a revista temos mais um roteiro de aventura do Patinhas: "A Ilha Fantasma". A revista faz bem em resgatar essa aventura de 1966, mas aparentemente houve um erro na seção de créditos, que coloca Rodolfo Cimino como responsável pelo roteiro e desenhos e Cavazzano na arte-final, sendo que na verdade a história é desenhada por Romano Scarpa, nome que não figura nos créditos!
A aventura é bastante divertida, vejo um grande charme nessas aventuras inéditas dos anos 60, pois elas possuem um estilo próprio que não é nem o atual italiano, nem o tradicional norte-americano.
É uma história longa onde bastante coisa acontece, ou seja, que põe o número de páginas para uso e isso é sempre apreciado. O roteiro, incrivelmente absurdo, remonta a algum seriado de sci-fi dos anos 60 e diverte tanto pela trama em si quanto pelos momentos de comédia pontuados e muito bem desenhados pelo Scarpa.
Minnie #45 - 2/5 Avelãs - Meh...
A revista da Minnie abre com "Minnie, Tebel e a Hora das Bruxas", roteiro de Giustina Porcelli e desenhos de Stefano Turconi. A história foi a primeira da primeira edição de "Minni amica del cuore", publicação italiana de 2001, daquele tipo "voltada para meninas", das quais já tivemos algumas aqui. E... bem, espero que as entrevistas e reportagens compensassem na época, porque a HQ não é lá essas coisas não... hehehe
Minnie e sua vizinha Tebel, uma camundonga que se interessa por magia e esoterismos, investigam Magara, uma suspeita vendedora da loja de ervas da qual são clientes assíduas. É, pois é, não parece muito boa e de fato não é uma história muito forte. A história não tem grandes momentos de comédia, e também não se qualifica no ramo da aventura, sendo que o mistério não empolga e o desfecho é previsível. A trama definitivamente funcionaria melhor como uma história secundária, e com bem menos páginas do que ocupa.
Talvez meu desagrado se explique também pela personagem Tebel, que acaba sendo o centro da história, da qual Minnie aparece como protagonista. Tebel já tinha aparecido (como Bebel, sabe-se lá por que!) na antiga série da Minnie, edição nº 22, na história "As Estrelas de Bebel". Não me lembro se a personagem chegou a aparecer mais recentemente, mas enfim, não é um personagem muito interessante ou expressivo. Mais uma vez, talvez se a história fosse mais curta e não ocupasse quase toda a revista, teria sido mais aproveitável.
Para salvar a edição, no entanto, temos uma divertida história curta protagonizada pelo Bafo. "A Noitada". Para escapar de ter que receber em casa uma parente indesejada, o Bafo resolve que é melhor cometer crimes até ir para a prisão. História bastante divertida, a arte de Maria Luisa Uggetti é bastante expressiva e mostra um Bafo muito carismático.
Pateta #45 - 2/5 Avelãs - Meh...
"O Teletransporte Portátil", com roteiro de Carlo Panaro e desenhos de Massimo de Vita é uma história com temas clássicos da dupla Mickey e Pateta: o que era para ser uma pescaria com o Cel. Cintra acaba virando uma investigação de um crime misterioso envolvendo um cientista genial. Acho que o problema com a história, a exemplo da história de abertura da Minnie, é o ritmo: a coisa se arrasta muito e por muitas páginas, o que ofusca um pouco as partes boas. Pateta e Mickey passam tempo demais conversando a toa, parando no posto de gasolina, procurando informações de onde fica o chalé onde se hospedarão, tudo isso sem nenhuma ligação direta com a trama, e sem momentos de humor, ou seja, o fidedigno filler. Quando as coisas do chalé começam a desaparecer e a investigação a respeito do que está acontecendo começa a acontecer, a história retoma algum interesse, mas já é tarde demais. Não se trata de uma história ruim: ela entretem, mas não é nada memorável.
A revista tem ainda mais uma história, com o Superpateta: "A Força Secreta" com roteiro de Marco Bosco e desenhos de Pier Dario Pennati. Essa história, por sua vez, é bastante divertida e mostra o Pateta tendo que lidar com uma transformação indesejada em seu alter-ego super-heróico.
Mickey nº 869 - 4/5 Avelãs - Muito boa!
"Quem Diria?", com roteiros de Casty e desenhos de Ettore Gula, é sem dúvida a melhor história publicada nessa leva de mensais. O roteirista faz bonito como sempre, trazendo uma trama com um elenco bastante grande de personagens tradicionais do Rato - Minnie, Clarabela, Cel. Cintra e até mesmo o infame Ranulfo - onde todos tem seu momento de destaque, com cenas divertidas e um ritmo enérgico. A história envolve a nova profissão do Ranulfo, que resolveu tentar a vida como paparazzo em um programa chumbrega de fofocas - o titular "Quem Diria?" - e uma tradicional investigação policial do Cel. Cintra. Muito divertida, a história tem vários bons momentos e utiliza muito bem o elenco dos personagens clássicos.
"Os Intrusos Misteriosos" , de Stefan Petrucha (roteiros) e Xavier Vives Mateu (desenhos) é uma história curta do Mickey e Doutor Sabetudo. A premissa é boa, mas um tantinho previsível.
Por fim, a revista encerra com "Panda-mônio", que não tem página no INDUCKS e não é, a rigor, uma história em quadrinhos. Trata-se de uma daquelas montagens com stills dos novos curtas animados do Mickey, neste caso, adaptando o episódio Panda-Monium . Essas adaptações não me agradam, acredito que praticamente toda a graça do curta se perde na passagem para o "quadrinho", são linguagens bastante diferentes. A narração por meio de "caption boxes" é péssima e dá um ar de infantilidade excessiva para a história. Enfim, acredito que não deveria ocupar as páginas que poderiam ser destinadas a verdadeiras HQs. No link do YouTube ali atrás você pode assistir o curta completo, que é bem melhor que ler essa adaptação.
No fim das contas, a história de abertura leva nas costas a qualidade da revista, sendo que as duas que a seguem passam longe de manter o padrão.
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Pessoal, por enquanto é isso, espero que tenham gostado deste novo espaço. Logo entramos em fevereiro e vamos tentar falar um pouco das revistas aqui mais cedo (quando ainda forem novidade, hehehe). Mas sabe como é, muitas coisas na vida e mais ainda na pilha de leitura atrasada, mas vamos levando! =D
Abraço a todos!
Alphs & Kinha
1 comentários:
Parecem excelentes edições.
Phantoms.
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